Olhar criativo de Giuliano Marchiorato

Conhecido por seus projetos inovadores, Giuliano Marchiorato fala sobre suas inspirações, processo criativo e planos
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Talvez seja a paixão pela arquitetura o que torna o trabalho de Giuliano Marchiorato único e cheio de personalidade. Paixão que, na verdade, ultrapassa a arquitetura, afinal suas inspirações e referências vêm de diversas áreas, como arte, cinema e moda. Nascido em Curitiba, ele se encontrou neste universo durante a infância, quando descobriu o gosto pelo desenho à mão livre.

Formado em arquitetura pela Universidade Positivo, também estudou na Universidade de Oxford, Inglaterra, e na Fashawe College, Canadá, onde adquiriu uma visão cosmopolita e um desenho à mão aprimorado. Antes de completar 30 anos, o jovem arquiteto já conquistou vários prêmios, sendo 11 internacionais. Um dos mais recentes foi o título de estúdio de arquitetura e design mais inovador do Sul do Brasil, concebido pelo New World Report.

REVISTA DECOR – De onde vem a sua relação com a arquitetura e o design?

GIULIANO MARCHIORATO – Creio que minha relação com a arquitetura e o design iniciou com o desenho à mão livre. Desde criança gostei muito de desenhar. Com três anos de idade, fiz na casa da minha vó um desenho dos Power Rangers, eram somente rabiscos coloridos mas creio que já instigava uma criatividade. Já adolescente, eu fazia aulas de inglês em uma escola de línguas no contraturno do colégio e certo dia o professor ligou para minha mãe e disse o seguinte: “Olá, mãe do Giuliano. Como vai? Eu queria dar uma sugestão: você deve colocar ele em uma aula de desenho, pois ele só desenha em aula. No início não gostava, mas depois que vi que os desenhos são incríveis e ele deve sair do inglês e focar nisso.’’ Desde pequeno, eu nunca tive dúvida do que eu queria ser quando crescer, sempre pensei em ser arquiteto. Creio que fosse algo predestinado.

 DECOR – Como funciona o seu processo criativo? Existe algum ritual?

MARCHIORATO – Meu processo criativo é algo que gosto bastante de mostrar, divulgar e já dei algumas palestras mostrando esse processo. Creio que tudo começa com referência. Mas não referência de Pinterest, etc. Creio que extrapole a arquitetura. Primeiro creio que um arquiteto criativo tem que viajar e conhecer lugares e cidades constantemente. Tento sempre viajar pelo menos duas vezes ao ano para me inspirar e ver coisas novas, diferentes. Também creio que as outras artes são de extrema importância para as referências. Gosto muito de mobiliário, fotografia, moda, artes plásticas, cinema. Tento, quando estou fora do escritório, buscar essas referências fora do âmbito da arquitetura. Após as referências contidas no nosso inconsciente, tento mostrar um organograma de elementos base e, junto ao cliente, sempre tento eleger três elementos principais para um projeto. Sempre dou como exemplo o masterchef, a Paolla Carosella diz que um prato não é bom por si só, ele tem que ter uma estrutura, uma espinha dorsal, e creio que na arquitetura seja a mesa ideia. Após elegidos os três elementos principais, eu vou destrinchando estes elementos em secundários, terciários até torná-los aplicáveis em projeto. Antes mesmo de iniciar os desenhos, o cliente começa a entender toda linha de pensamento e ao meu ver se torna muito aberto para etapas posteriores.

DECOR – Quais são as suas principais inspirações e referências?

MARCHIORATO – Sou um cara muito regionalista, eu amo tudo que é brasileiro. Tento sempre usar peças e materiais brasileiros. Minhas referências extrapolam a arquitetura. Gosto muito de design, arte, moda e fotografia. Posso dizer que minhas referências de arquitetura são os arquitetos brasileiros, desde Villanova Artigas a amigos meus, jovens arquitetos.

Confira a entrevista completa na edição 162 da revista