Os microespaços de Glaucio Gonçalves

glaucio gonçalves
Especialista em projetos de estúdios, o profissional colabora para a democratização da arquitetura
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Atuando há mais de 20 anos no segmento de arquitetura, Glaucio Gonçalves experimentou projetos de todos os tipos de ambientes. Entre amplos e concisos, entretanto, viu no projeto “micro” uma macro oportunidade de se especializar e tornar-se referência. Após viralizar a transformação de seu próprio cantinho de incríveis 23 m², Glaucio passou a atender cada vez mais a crescente tendência de studios e microapartamentos, de modo que hoje – comenta o arquiteto – 98% de todos os projetos respondem a este tipo de espaço. Graduado em Arquitetura e Urbanismo e pós-graduado em Administração de Empresas para Engenheiros e Arquitetos, pela FAAP, o paulista comanda o escritório que leva seu nome, Glaucio Gonçalves de Arquitetura e Design, e cria soluções inteligentes para chegar a todos os públicos. Apesar de estar estabelecido em São Paulo, assina projetos dentro e fora do Brasil. Muito além do reconhecimento evidenciado nas redes sociais e em seu canal no Youtube – acessado centenas de milhares de vezes -, o arquiteto reconfigurou as noções de “espaço aceitável” e atuou na democratização da arquitetura.


REVISTA DECOR – Como começou a trabalhar com pequenos espaços?

GLAUCIO GONÇALVES – O mercado imobiliário começou a avançar com a onda dos estúdios, e eu estava iniciando meu projeto, então surfei. As coisas foram acontecendo, e nasceu essa minha paixão e esse meu amor por microapês. Com isso, eu estabeleci uma missão de levar a arquitetura, o profissional arquiteto, para as pessoas que nunca tinham antes contratado. Infelizmente ainda existe uma ideia de que contratar um arquiteto é para quem tem muito dinheiro ou para obras caras, e criou-se uma barreira muito grande entre o cliente e o profissional. Atualmente eu consigo trabalhar com muita energia a quebra dessa crença, já que quase a totalidade dos meus clientes nunca haviam contratado um arquiteto antes. Além disso, poder contribuir com os projetos é algo realmente incrível, porque o projeto traz consigo uma história – a história do primeiro imóvel, de um casal prestes a casar, daquele que vem da casa dos pais, a primeira moradia -, um sonho muito maior do que somente aqueles poucos metros. Às vezes são 20 e poucos metros, mas que tem uma expectativa enorme, nova fase da vida.

DECOR – Aproveitando o que você falou de democratização do serviço de arquitetura. Você tem três serviços dinâmicos, além de um curso online. Pode nos contar um pouquinho sobre esse empreendimento, essas modalidades? E como elas podem ajudar?

GONÇALVES – A gente partiu de uma ideia inicial que é o projeto completo onde eu fornecia imagens em 3D e detalhamento do projeto. Eu entrego à pessoa um mapa de seu projeto e o entendimento de quanto vai custar, como vai ficar e a duração. Ao longo dos anos eu percebi que mesmo criando um formato de preço relativamente acessível, pela criação e quantidade de informações que a gente oferece, eu entendo que é um preço muito competitivo. Porém, começamos a observar que ainda não conseguíamos atingir todas as pessoas; isso gerou novas possibilidades, ainda com o objetivo de chegar ao público que necessita. Houve quem buscasse o meu serviço, mas que, com pouco orçamento, decidiu tentar por conta própria. Não é só o projeto e o arquiteto, tem o conhecimento e a execução. Então comecei a trabalhar com a mesma qualidade, mas com preços reduzidos. E a partir do momento que eu tenho menos horas de trabalho no escritório – cortando imagens 3D, por exemplo -, naturalmente eu posso repassar para o cliente. Ainda assim surgiram pessoas que queriam contratar e não podiam pagar, então chegamos ao curso. “Cai pra dentro” é uma consultoria online e execução documentada do projeto de um cliente meu. E como o curso é uma obra real, o cliente retratou os problemas, situações que acabam acontecendo e que servem de conhecimento. Por meio da consultoria que deu origem ao curso, o cliente-case finalizou uma grande reforma por ¼ do valor esperado.

Leia a entrevista completa na Edição 169 da Revista Decor.