Sempre em busca de por um desenho mais limpo e que explore volumes e funções sem distrações, o designer de produtos Vinicius Siega encanta com suas peças originais. Natural de Bento Gonçalves, cidade da Serra Gaúcha onde se especializou em design e mantém seu escritório, o profissional é formado pela Universidade de Caxias do Sul, com extensões em design de interiores e gráfico. Seu contato com a indústria de mobiliário se estabeleceu há mais de uma década e, com entendimento de processos, produção, design estratégico e mercado, sua carreira solo teve início em 2015, buscando se desenvolver mais criativamente e constituir um trabalho autoral.
Vinícius pensa em suas criações como objetos de identificação que escolhemos para manter conosco, sendo fundamental que elas carreguem uma parcela de seu ponto de vista sobre o uso e a aparência, mas que permitam, ao usuário, se identificar e ressignificá-las em suas vidas. Entre seus reconhecimentos, já foi vencedor do Prêmio Bornancini de Design e finalista no Prêmio Salão Design e no Prêmio MCB de Design, além de menções honrosas por seus produtos.
REVISTA DECOR – De onde surgiu sua relação com o design? Sempre pensou em seguir esse caminho?
VINICIUS SIEGA – Sempre desenhei e pintei muito, desde muito pequeno. Quando estava na escola, por volta dos 10 anos de idade, uma professora de artes nos mostrou uma foto de um produto muito inovador e nos explicou o que era design. Foi nesse momento que entendi que poderia aplicar minha aptidão gráfica para criar itens que dessem às pessoas esse interesse em refletir e se conectar emocionalmente com seus produtos.
DECOR – O que lhe inspira a criar? Quais suas referências?
SIEGA – Minhas referências são super heterogêneas e vêm de diversas fontes. É difícil citar um campo ou estética que me interessa mais que outro para criar algo. Com o passar do tempo, fui abrindo mão do gosto estético nas referências e fui me voltando para soluções inesperadas para questões básicas, aquelas que achamos que já não tem como fazer diferente até vermos uma interpretação que muda tudo. Além disso, mantenho um olhar mais atento para as sensações que eu espero criar no usuário a partir de determinado produto, seja através da forma, da função e/ou do próprio conceito.
DECOR – Com qual material você prefere trabalhar? Quais as possibilidades que vê através dele?
SIEGA – Tenho uma inclinação para o metal, mas não é uma regra. Gosto mais de misturar e explorar diferentes materiais do que me restringir a um. Assim há tanto o desafio em interpretar matérias-primas que não possuo afinidade quanto a possibilidade de equilibrar diferentes texturas para que sejam bem apresentadas em um mesmo produto.
DECOR- Possui alguma peça favorita entre suas criações?
SIEGA- Realmente não possuo uma peça ou coleção preferida, fico muito orgulhoso de todos os desenhos e sempre interessado nos próximos!
DECOR- Qual o maior desafio que já teve ao criar uma nova peça?
SIEGA- Para mim, toda nova peça é um desafio, independente do briefing ou do tipo de produto. À medida que a minha produção se expande, eu mesmo me provoco em trazer novas questões e reflexões independente da complexidade que o item possa ter.
DECOR- Qual o conceito de suas obras?
