Matheus Ilt e sua paixão por reinventar

Unindo conhecimento com soluções criativas, Matheus Ilt ensina como transformar ambientes com pequenas mudanças, inspirando as pessoas a deixarem a casa do seu próprio jeito
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Foi com a reforma de sua cozinha que Matheus Iltchechen deu o pontapé inicial nas redes sociais. Hoje, com mais de 300 mil seguidores no Instagram e à frente do Arrasta Móveis, programa do GNT, o influencer é conhecido como um dos maiores nomes do DIY, abreviação do termo em inglês “Do It Yourself” que, em livre tradução, significa “faça você mesmo”. Natural de União da Vitória, cidade do Sul do Paraná, Matheus se formou em jornalismo e ingressou no meio da fotografia, área onde conheceu um pouco do universo da decoração ao fotografar produtos e ambientes prontos. Para ele, sempre foi muito comum assistir o pai exercer todas as funções relativas à obras e reformas dentro de casa. “Desde muito pequeno sempre foi muito natural para mim. Deu algum problema na torneira, meu pai ia ali e trocava. Sabia fazer tudo isso porque era muito natu- ral”. Em 2016, quando se mudou para Curitiba, Matheus levou junto esses pequenos conhecimentos práticos que, até então, estavam adormecidos. Foi no novo apartamento, e na necessidade de criar um espaço que unisse funcionalidade, conforto e visual, que ele deu vida ao Matheus Ilt, colocando a mão na massa e tornando-se um dos creators mais influentes da área.


REVISTA DECOR – Hoje você é reconhecido como um dos grandes nomes do DIY na internet. Como surgiu a ideia de postar as reformas no Instagram?
MATHEUS ILT –
Quando nos mudamos, o apartamento tinha um tamanho ok, um quarto grande, uma sala grande, uma cozinha mais ou menos, um banheiro mais ou menos e uma lavanderia pequena, mas valia muito a pena pelo valor. Só que o apartamento estava podre. O armário tinha pedaços se soltando, as tomadas estavam literalmente pegando fogo. O Célio ainda não conhecia esse meu lado de fazer pequenas reformas. Eu propus fazermos uma reforma na nossa cozinha e ele ficou muito surpreso porque, ao contrário da minha realidade com a minha família, a dele era sempre de chamar alguém para fazer as coisas. Quando falei que sabia fazer, ou que pelo menos eu poderia ten- tar fazer, ele falou “vamos fazer sim, mas eu acharia muito legal se você postasse isso”. Eu não queria postar, as pessoas me conheciam porque eu fazia fotos, não tinha nada a ver com a pessoa que eu sou hoje no Instagram. Mas o Célio disse: “Não, Matheus, a gente só vai fazer essa reforma se você postar” e eu pensei “puts, mas vamos lá”. Fiz a reforma da cozinha, marquei o Maurício Arruda e ele repostou nos stories dele. Quando ele fez isso, eu ganhei a minha primeira leva de seguidores interessada em decoração. Fui de dois mil seguidores para três mil e quinhentos em dois dias. Eu só falei pra ele ver a minha cozinha, não achei que as pessoas iriam vir atrás de mim. Junto com essas pessoas veio a diretora do Missão Design do GNT. Ela ficou me seguindo quietinha, vendo o que eu estava fazendo. Acabou que o pro- grama precisava de alguém para fechar o número de participantes e ela me convidou. O episódio que eu participei era de cozinha, então eu repliquei a minha cozinha, meio desconstruída, mas com as mesmas ideias, e ganhei o episódio. Depois eu reformei a minha sala e fiz a mesma coisa, postei nos stories. No final marquei o Maurício e ele deu repost de novo. Nisso, a Westwing gostou muito do conteúdo e me pediu para repostar os stories, e cheguei a 14 mil seguidores no Instagram. Depois do post da sala, as minhas pequenas reformas acabaram chegando até a Leroy Merlin e eles ficaram interessados em me ajudar. A Leroy surgiu como uma ajuda e aí eu fiz a minha primeira reforma oficial, tratando o conteúdo de uma forma mais séria. Então em dezem- bro de 2018 é quando eu marco como a primeira vez que eu fiz uma reforma, foi aí que eu comecei a trabalhar como criador de conteúdo. É a partir dela que estamos aí hoje. Mudei de endereço, mas o jeito que eu fiz ela continua sendo a mesma coisa.

DECOR – Então a sua relação com o design vem do seu pai?
ILT –
O meu “know how” veio exatamente do meu pai. Ele não fazia móveis muito diferentes, ele fazia móveis planejados comuns, mas aprendi com ele como usar uma serra, uma parafusadeira. Quando eu tinha 16 anos, a minha prima tinha uma loja de artesanato, e trabalhei lá. Com ela aprendi como pintar, porque até então era diferente da marcenaria que o meu pai fazia. Aprendi qual tinta usar para MDF, por exemplo. Isso também ficou adormecido ali dentro. Mas nenhuma dessas minhas referências era de design ou de reforma, eram coisas muito simples, que eram parte da minha realidade. Eram coisas simples, como pintar parede, fazer uma marcenaria e procurar soluções para as coisas funcionarem juntas. É a mistura de um conhecimento prático do meu pai e um novo conhecimento prático de ver o que funciona e o que dá certo. É claro que hoje seguindo outras pessoas e conhecendo outras referências a gente da uma mexida no estilo e nas tendências, mas até então veio naturalmente da minha casa.

DECOR – Como funciona o seu processo criativo?
ILT –
Geralmente eu falo que isso é um processo de duas ou três etapas. A primeira etapa é sempre o passar nervoso, estar no lugar e pensar “o que eu faço com isso?”. O segundo passo é buscar referências. É muito difícil eu fazer uma cópia, tanto que uma das coisas que eu mais sou contra é copiar um ambiente sem fazer o mínimo que é creditar a pessoa. Também é muito difícil a referência bater 100% com o que preciso, eu quero fazer algo específico para a minha casa. Talvez o terceiro processo seja testar. Então eu passei nervoso, busquei a referência e eu vou testar. Vi que algo é muito bonito no Pinterest, é lindo no vídeo do Youtube, mas eu não sei isso vai funcionar no meu dia-a-dia, então as vezes eu compro um pedaço do material e vejo se é realmente resistente. É só depois do teste que a gente faz.

Leia a entrevista completa na edição 156 da Revista Decor