Wyoming, o estado menos populoso dos Estados Unidos, onde grandes montanhas rochosas se encontram com planícies para formar incríveis vales de cenários estonteantes, foi o local escolhido para a residência de férias de um casal com referências ecléticas vividas na Califórnia e no Havaí. Além disso, o amor compartilhado pelo jardim zen japonês, visível na arquitetura da morada – totalmente destoante daquela típica da região –, dá destaque aos elementos constantes na natureza circundante de Jackson Hole. A planície, situada entre as cordilheiras de Teton e Gros Ventre, poderia ser facilmente confundida com o celestial, e não por mero exagero, este é o significado do nome da morada: Tengoku é a transliteração fonética de paraíso.
Retornando à Terra, o ambicioso projeto mescla o modernismo Mid-Century californiano ao Rocky Mountain West americano – região onde a morada está localizada –, divergindo do estilo típico da região. O forte design arquitetônico da casa é orientado em torno de uma série de três pátios internos que oferecem vistas para os Tetons, os álamos e, nos fundos, um lago que brilha no sol do verão e desaparece na densa neve do inverno.
Os três pátios criam ângulos que suavizam a linearidade retangular do projeto, fazendo conexão entre os interiores e o exterior, enquanto as aberturas orgânicas de seus tetos permitem a entrada de luz natural mesmo no ponto mais central da morada. Abaixo dos tetos vazados, o paisagismo da Agrostis Landscape acrescenta ainda mais vida ao ambiente.
Setorizada, cada zona resultante do desenho que os pátios formam parece um pequeno pavilhão. Uma série de corredores serpenteia a casa. Como se fossem roda-forros, as janelas de clerestório são funcionais para o ambiente: quando abertas, ajudam a circular o fluxo de ar nos meses mais quentes; e por serem de vidro triplo, seu isolamento otimiza a retenção de calor no inverno.
A paleta dos interiores está quase toda contida nos pisos de carvalho e armários brancos, com momentos expressivos de arte, móveis e acabamentos que oferecem toques minimalistas de cor. As paredes, quase todas de vidro, têm a cor que a paisagem externa revela: são invernos brancos, verões verdes, outonos alaranjados e primaveras coloridas. Uma laje de pedra ametista translúcida é integrada a uma das janelas, captando a luz para iluminar o espaço de maneiras mutáveis ao longo do dia.
Num grande salão integrado à cozinha branca, o living é pintado pelo calcário azul de Caracas que reveste a lareira de dupla face e serve de âncora para obliterar a sala íntima. O acesso principal é feito através do pátio central, e o hall leva à dois corredores, um para o living e o outro para a área íntima onde encontra-se a suíte máster. Ainda assim, é possível acessar a residência pela garagem, suíte de hóspedes ou pelos dois outros pátios – que levam ao escritório, à sala íntima e à suíte principal.