A vocação artística de Rapha Preto

Designer Rapha Preto sentado em sua criação para a Breton
Crédito: Fábio Setimio
Designer paulista busca na arte uma ferramenta de ajuda ao próximo
1
1

Nascido em meio à arte e ao design, Rapha Preto experimentou toda e qualquer expressão artística que estava ao seu alcance. Aos 38 anos, o santista lembra dos bons tempos de infância, quando – sem entender – fazia o design do maquinário produzido na fábrica da família.

Estudou publicidade, fez teatro, montou uma banda, abriu um restaurante e tornou-se administrador. O design, por sua vez, começou como uma brincadeira premeditada pelos passos que dava em direção à arte. Desde sua primeira exposição, por meio do inesperado convite de uma arquiteta, Rapha teve bons resultados. 

Atualmente, as peças de Rapha Preto transitam entre o exclusivo e o assinado, com esculturas, funcionais, mobiliário e, recentemente, enxoval. A equipe, de mais de 15 profissionais, é um dos alicerces dessa história que está recém começando.


REVISTA DECOR – O que te motivou a trabalhar com design? Como foi esse começo?

RAPHA PRETO – Eu sempre fui um cara criativo, sempre gostei muito de arte. Minha mãe é decoradora; meu pai é engenheiro, faz máquinas (de trançar, por exemplo). Meu bisavô construiu a fábrica há mais de 80 anos. Trabalhei desde os 12 anos lá. Sempre gostei de montar, desmontar e inventar. Minha mãe sempre disse pra mim: “você só inventa, moleque” (sic). Hoje eu ganho para inventar. 

Eu comecei de um jeito muito diferente, sem base nenhuma de estudo, e depois tive que correr atrás. Hoje eu estudo muito. Eu estava ao lado de pessoas cujas quais eu estudava, mas agora a situação se inverteu, atualmente eu ajudo pessoas que estão começando.

DECOR – Você tem alguma inspiração ou referência na área? 

PRETO – É muito variada, vem de muitos campos. Eu gosto de estudar diversas áreas, um repertório bem grande. De corpo humano à neurociência, inúmeras coisas, e eu vou misturando, fazendo ligações. Também sou inspirado pelo meu material. Eu trabalho com ferro, com aço.

DECOR – Em uma rede social, você assina que faz “Arte e Design como ferramentas de um propósito”, qual é esse propósito?

PRETO – Várias pessoas me deram a mão quando eu estava começando. Eu passei por muita dificuldade, não tinha dinheiro nem para comprar comida, na época. Minha esposa ficou grávida, e as coisas começaram a acontecer. Muitas pessoas me ajudaram e eu sempre ajudei muitas pessoas. Quando eu tinha banda, eu tocava numa escola para crianças com síndrome de down; quando montei meu restaurante, ajudava pessoas em vulnerabilidade financeira.

E então eu almejei montar uma equipe – inteira – inclusiva: pensei em montar com pessoas com síndrome de down, câncer e, agora, começo a montar uma equipe de pessoas com espectro autista. Vai ser um trabalho muito legal de inclusão, porque o autista é metódico, e a proposta é improvisar. Também pensamos nesse trabalho para pessoas com vulnerabilidade social.

A gente não faz arte e design aqui dentro, nós temos eles como ferramentas para ajudar pessoas. A gente trabalha para a arte e o design. E no mercado, o papel está invertido, já que é tudo muito “eu sou, eu faço”.

Leia a entrevista completa na Edição 165 da Revista Decor.

Tags from the story
,