A despedida do último grande modernista

O legado de Paulo Mendes da Rocha será lembrado não apenas por seus projetos icônicos, mas também por seus ideais revolucionários

Conhecido por seus projetos premiados pelo mundo todo, Paulo Mendes da Rocha faleceu no último domingo, dia 23 de maio, aos 92 anos de idade. O arquiteto lutava contra um câncer de pulmão e estava internado em São Paulo. 

Para entender a importância de Paulo Mendes da Rocha, basta ver seu vasto portfólio, reconhecido mundo afora. O arquiteto recebeu prêmios como Leão de Ouro na Bienal de Veneza, Prêmio Imperial de Artes do Japão, Medalha de Ouro do RIBA e foi o segundo brasileiro a receber o Prêmio Pritzker, apelidado de Nobel da Arquitetura.

Apesar de contar com obras como o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, e o Estádio Serra Dourada, em Goiânia, grande parte dos seus trabalhos está concentrada em São Paulo. Além de ter deixado verdadeiros ícones arquitetônicos, Paulo Mendes da Rocha ficou conhecido por defender a arquitetura como uma ferramenta pública para a cidade. Essa postura sobre o papel social dos arquitetos foi o motivo que fez Paulo Mendes ser cassado durante o regime militar. Entre suas principais obras, estão o Ginásio do Clube Athletico Paulistano, a Casa Butantã, a Pinacoteca de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa  e o Sesc 24 de Maio.

Paulo Mendes da Rocha nasceu em Vitória, em 25 de outubro de 1928. Seu pai era engenheiro, o que o inspirou e garantiu uma visão mais ampla sobre o papel da arquitetura e a sua relação com os espaços. Em 1954, se formou em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em poucos anos, Rocha conseguiu consolidar um conjunto de obras onde destaca a materialidade do concreto. A partir de 1960, iniciou sua carreira acadêmica na FAU, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.