Restaurante se torna verdadeiro jardim oriental em Hong Kong

No coração de um dos maiores centros urbanos do mundo, o local oferece tranquilidade e privacidade junto à natureza

A síntese de geografia, botânica e cultura local foi resultado deste restaurante na famosa e movimentada galeria comercial New Town Plaza, em Hong Kong. Concebido pelo escritório Minus Workshop, o projeto do restaurante Dab-pa Shatin oferece aos clientes uma imersão na culinária e cultura regional da província Sichuan, berço da civilização chinesa.

Por estar em um dos shoppings mais movimentados da cidade, o projeto exigia um design atraente e acolhedor. Outra preocupação – recorrente em grandes centros – foi a privacidade, muitas vezes interrompida pelo trânsito de milhões de pessoas. A solução foi criar um espaço não convencional, voltado a pequenos grupos e com uma proposta mais calma, destoante do padrão comercial presente em grandes cidades.

Sob o comando da Minus Workshop, o designer de interiores Kevin Yiu convidou o centro de paisagismo Botanic Union para transformar o verde local em arte no chão, paredes e teto. Em uma região independente e tão cosmopolita como Hong Kong, o conceito de jardim chinês reforça a sensação de pertencimento. Por isso, o norte do projeto foi a “jornada surpresa pelo jardim oriental”, celebrada nas camadas de gramado, na ponte, na experiência tátil dos seixos, na vegetação e na sensação de estar sob a sombra das árvores, mesmo dentro de um pavilhão urbano.

Logo no hall, placas de musgo revestem as paredes em forma e função orgânica. Cada mesa foi posicionada de modo a proporcionar um cantinho único de paisagem como cenário, garantindo privacidade durante a experiência, como solicitado pelo estabelecimento. Unindo-se a natureza do projeto, mobiliário e iluminação remetem ao ar puro. Destaque para o tom da madeira crua e clara nos bancos e cadeiras, alguns ripados, todos estofados em uma cor imersiva e combinante. Também em evidência, as luminárias, algumas descobertas no meio das folhagens; outras, em espaços hexagonais, cobertas de folhas; e nas cabines, comportando-se como belos casulos de luz sutil.

A curvilínea escultura natural de um pinheiro chinês captura a atenção pela arte despretensiosa e assertiva da natureza. No chão, o revestimento de mosaico é ilustrado junto às fitas de seixos que percorrem o piso. No teto, o caminho é percorrido por mais vegetação que ziguezagueia o ambiente de pouco mais de 200 m². Esta comunhão entre a natureza e a capacidade de criação natural humana – ancestral, diretamente ligada às tradições orientais chinesas – define perfeitamente o projeto.

Leia a matéria completa na edição 169 da Revista Decor.