Biblioteca glass wall é destaque em apartamento gaúcho

Projeto da arquiteta Paula Blaya confere elegância ao estilo industrial e maximiza o ambiente aberto

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é lar de grandes escritores brasileiros e palco de um dos maiores eventos literários da América Latina. Exprimindo erudição, este apartamento porto alegrense transparece uma biblioteca em glass wall ao mesmo tempo em que amplifica a grandeza de seu ambiente integrado. Projetada pelo escritório Paula Blaya arquitetura, a morada concilia beleza e funcionalidade ao máximo, ignorando o forro – que reduz a altura do teto – e aproveitando vigas.

Ao entrar no apartamento, nossos olhos são conduzidos a dois cômodos: cozinha, à esquerda, e living, à frente e direita. Neste último, dois sofás ocupam os lados mais externos de um tapete fino, sobre o qual está uma mesa de centro. A iluminação por spots, que acompanha grande parte da área social – salvo jantar, que é iluminado por um grande pendente, Dear Ingo -, ultrapassa o funcional e torna-se parte do mosaico de tubos e trilhos distribuídos de forma muito bem organizada pelo teto. Os sofás estão de frente para uma estante de cor preta, tom que, assim como o cimento queimado, acompanha boa parte da residência; em contraste, o piso, Portinari, e parte dos revestimentos estão em tom claro e natural, criando uma composição agradável.

Integrado ao restante da área social, o jantar é conciso e funcional. Cadeiras transparentes cedem o protagonismo do “melhor lugar” a um grande e aconchegante banco. Em frente, uma surpresa: o painel de que parece ser de madeira ripada é, na verdade, uma cristaleira feita de melamina, um polímero termorrígido.

É indiscutível que, já a partir do hall, a biblioteca é o espaço que mais chama a atenção, através da glass wall nos encantamos pelos livros, um pequeno home office e uma confortável poltrona. A marcenaria e as divisórias de vidro foram executadas pela Homestyle. A experiência fica ainda melhor com a proximidade entre o espaço e o moderno bar posicionado após a divisória, à direita. Na mesma parede, atrás do jantar, a área de churrasqueira convida para um dos pratos mais amados da culinária gaúcha.

Retornando para o início, mas desta vez na cozinha, é possível perceber a habilidade da arquiteta em executar um projeto funcional. A bancada que faz transição entre o living e a cozinha está próxima de uma viga, criando duas entradas (uma antes e outra após) para a área. As cores metálicas, em perfeita harmonia com ambos os espaços, unem o mobiliário aos eletros embutidos – ou, como no caso da geladeira, perfeitamente encaixados -, todos em inox. A distribuição dos armários maximiza a entrada de luz no ambiente: vertical na parede mais interna e horizontal, sem aéreos, perfilando duas janelas vestidas de persiana preta. 

E se o social guarda conforto, o íntimo não poderia ser diferente.  No espaço, o destaque inicia-se no trânsito que leva aos dormitórios. Sem se distanciar da proposta geral da morada, o corredor tem tom sereno, combinado com detalhes pretos – do rodapé, spot e trilhos – e do cimento queimado – presente no teto e no piso. 

Nos dormitórios, a paleta aumenta, mas sem fugir da proposta geral. Portas e detalhes pretos dão atemporalidade tanto à suíte quanto ao dormitório do menino. Na suíte, o revestimento em tons de marrom nas formas geométricas adiciona dinamicidade ao ambiente. No dormitório do menino, as formas estão na parede em tons de azul, formando desenhos de montanhas. Para consolidar a beleza do projeto, o lavabo social e o banheiro íntimo mantêm a proposta moderna e industrial. A beleza bruta e a erudição fazem detalhes acurados parecerem somente isso: beleza.